domingo, 16 de setembro de 2007

Re-visitando-me em películas (1): O Mágico de Oz

Parece ser uma citação mesmo óbvia, a de que O Mágico de Oz está entre os filmes que marcaram a minha vida singularmente. Não é possível sintetizar em poucos argumentos as imagens de Dortothy com o seu vestido frou-frou sendo "carregada" pelo redemoinho, ainda com aquela fotografia sépia. E quando "desembarca" da casa e se vê rodeada de um colorido cheio de energia emanado pela natureza da terra do Munchkins, e então das canções entoadas na Cidade da Esmeralda pelo caminho dos tijolos amarelos? Sessões da Tarde felizes e muito coloridas com as canções inesquecíveis na voz da ainda adolescente Judy Garland.
Adulto, revejo este filme talvez com uma empatia ainda maior do que quando criança, pois, sempre me achei um pouco reticente sobre determinadas fantasias e acabava ficando impaciente com a covardia do Leão ou com a fragilidade do Espantalho. Filme de cores extremamente vibrantes, mas, que já vem com um viés de lição de moral, no mais consagrado modo de La Fontaine. O Mágico de Oz é um típico filme daqueles que "não era pra ser", pois foi rodado na época em que os grandes estúdios conduziam à mão-de-ferro as suas produções e pouco restava ao "cinema autoral" dos diretores, tão reivindicado pelos diretores posteriores, como Orson Welles e os franceses dos anos 60. Não à toa, antes de estabilizar-se com Victor Fleming na direção, o filme já havia passado pela mão de outros três, que pareciam não atender a filosofia artística da MGM na ocasião. Mas, embora parecesse desorganização por parte da MGM, o trabalho final, observa-se que em nenhum momento o filme desnivela-se, sempre mantendo um alto padrão artístico e na linguagem bem elaborada para o cinema, com base no livro de Lyman Frank Baum. Talvez, o filme não seja tão inocente quanto se pensa, mas, não podemos ignorar o seu poder de persuasão e beleza, nos vindos fins dos anos 30 (precisamente 1939) quando a tecnologia Technicolor se aperfeiçoava, consagrada enfim a partir de O Mágico de Oz e o E o Vento Levou, da mesma época.
Somewhere over the rainbow, way up high
There's a land that I've heard of
once in a lullaby.
A saga de Toto e Dorothy é um claro exemplo de que filmes infantis não precisam ser imbecis para conquistarem crianças e se universalizarem, como enraigado na mente de muitos produtores e diretores de nossa época.

Ah, e mais óbvio e clichê só mesmo citando O Mágico de Oz e terminar pincelando com o verso tão já decorado e conhecido da canção Over The Rainbow... Mas minha vida é mesmo um clichê.

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