segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Re-visitando-me




Esta história de revisita, de retorno, de repensar, de rememorar, de rever, de "re" alguma coisa é motivo para empreitadas várias: "ah, chegou a era de me rever e o momento de me reencontrar, por isso nessa viagem preciso me redescobrir" Ah... Exasperações, bufões à parte, bah! (imitando um Odin gaúcho dos comics) vamos ser enxutos, o eterno reencontro do momento agora com o momento passado é uma necessidade antiga e que nunca será extingüida. A nossa identidade reside naquilo que fomos, fizemos e representamos, ainda que físicos e filósofos teimem sobre a teoria do eterno presente. Do presente sem futuro, sem passado. Mas o presente só é o que é por que algo foi e por que será algo que ainda não é. Bom, deixa pra lá, assim, nossas divagações sobre essa nossa alimentação infinita de passado é fisiológico, ainda que não tenham dado nome a essa doença que todos nós possuímos, a de crer em passado, presente e futuro, a de crer no resultado e na interferência imediata de um em outro.

Passado ou futuro, não importa, nessa época de turbilhões de informações e mui representativa dos vinte e oito, como diz a premissa astrológica, parece estabelecer um marco decisivo na vida de quem chega nele. Pensei, em certo momento, como poderia fazer a tal revisita da vida, com uma viagem? indo à lugares da infância? Ir para um lugar distante e gastar as tardes a fazer meia, reservar um tempo para que se possa, enfim, "repensar" sobre os momentos diversos da vida que soam ainda como um zumbido no ouvido daquelas horas inesquecidas no barulho de todo o sempre. Estive pensando em "rever" de algum modo tudo isso por meio de coisas cotidianas, é. Afinal, desde que nascemos somos bombardeado por elas, e são essas que verdadeiramente preenchem a grande maioria das pessoas na vida.

Nos bombardeam com músicas, filmes, livros, passeios, pessoas, doces, pessoas, tristezas, alegrias, caminhos, sons, fotografias, olhares, imagens, carinhos, trejeitos, risos, decepções... É um universo paralelo este imaginado ao universo vivido, e neste universo, obviamente, só poderiam existir as coisas boas, mas, o vivido é muito mais sacana e imparcial. As sínteses de um universo sintético paralelo desenrola-se nos filmes que encenamos e registramos, nas histórias que inventamos e contamos... Então por que razão não (se) autobiografar por meio deles: filmes, livros cheios de sensações diversas colorizadas ou esbranquiçadas ou acinzentadas, de acordo com o volume de suspiros e da quantidade de sensação carregada neles, quantidade de motivos impregnados.


No decorrer da existência deste blog, o dono dele elaborará um remembramento de todas as coisas vividas por meio de lidos e assistidos, ou seja, através de livros e filmes, que serão apresentados e discorridos sem critério de ranqueamento ou de cronologia, mas sim serão citadas obras que tiveram importância e foram, em algum momento, um marco representativo na sua trajetória. Todos nós somos alfinetados por perfumes ou canções que marcam um momento "x" na vida e quando sentimos aquele cheiro ou ouvimos a canção, somos quase que remetidos instantaneamente ao "x" guardado na gaveta tempo passado.

Neste ímpeto de revisita, serão rememoriados 28 livros e 28 filmes que tiveram o seu momento de perfume e ficaram impregnados na memória do blogger aqui. Da moda mais clichê e blasé, serão revolvidos caracteres imaginísticos e sintáticos do metabolismo celular de 28 anos.

Não há um critério estabelecido, a não ser o da lembrança, assim, com já dito, não haverá ranqueamento de melhores, apenas a abordagem num clima nostálgico-crítico na busca de um tempo perdido, que bem guardado está no pensamento das coisas vividas.

Todos peças das coisas vividas e coisas pensadas no limite das coisas que são.

Nenhum comentário: