segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Anedota do fim do mundo

A seara nova, hiperbólica e cheia de estilo, da letra descoberta me encanta para o desafio.
Eu estava no quintal de casa quando senti o cheiro molhado da chuva que molhou o que eu pensava. Aquela hora eu não passava de algumas ideias encharcadas.
Mas eu me constituo de amor e de mais uma meia dúzia de palavras parecidas, que tentam explicá-lo. Mas amor, me dizem, é algo tão medieval, antiquado, velho, sem cor, desbotado pelo tempo. E eu confirmo para não causar controvérsias. Mas renego, com alguma veemência, o que externamente digo com os olhos, ou deixo escapar como se fossem palavras ditas com o coração que os verbos esplêndidos acolchoam, e deixam suavizar nos ouvidos dos outros. Eu não sou os outros. Sou-me. Ainda que sinta que quero te ser, se ter-te não for nenhum sacrifício, ou algo que os meus braços limitadíssimos possam alcançar.
Eu não sei de nada e sei alguma coisa. Sei que a seara nova, de uma palavra ainda não encontrada, poderá fazer de um indivíduo comum mais comum ainda, porém mais feliz. Eu agradeço aos signos que possam me atestar sobre essa coisa que rejo com um humor sereno, mesmo ante dias não comemoráveis. Mas ainda posso dizer que algo régio que sintetiza elementos dos quais não sei nem o nome, a denominação, mas fabricam o ser que escapa a mim, o mesmo ser que é capaz ainda de fazer uma anedota sobre o fim do mundo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Antologiazinha

Salve a dignidade da pessoa humana. Mas nem por isso podemos esquecer a dignidade da pessoa hipopotamídea.

João-sem-braço não tem dor de cotovelo.

Quero uma tevê gigante, só não sei se uma tevê de "plaza" ou de "LSD". Que chique! Estão comercializando tevês alucinógenas.

Quanta mágoa essa dignidade da pessoa humana tece! Traição nas quatro rodas.

Como perdoar uma traição? A mágoa forte corrói o coração... E como desmagoa? Me ensina a desmagoar? Como desmagoa um coração? Como se produz uma desmágoa? As pessoas desbundam pra isso. As pessoas sem bunda reclamam do desbunde.

E a terra gira como a pomba gira. E de grão em grão a galinha enche o prato.

Viver é preciso, morrer nem tanto. Santo Daime, dai-me forças!