quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Ilusão Viaja de Trem


A Ilusão Viaja de Trem, do cineasta espanhol Luis Buñuel, de sua fase mexicana, é um filme que sintetiza bem um dia como hoje, 1° de abril, considerado por muitos o dia da mentira.

O filme narra a história de dois operários da companhia de bondes da Cidade do México que, depois de um bom trabalho de manutenção, consertam o bonde 133. No entanto, os engenheiros e diretores da companhia não confiam no trabalho da dupla e decidem mandar o bonde para o desmanche. Decepcionados, depois de uma noite regada a muita bebida, decidem sequestrar o 133 e fazer um tour na madrugada pelas ruas da Cidade do México. Um peculiar road movie.

Por muito tempo considerado um filme menor na cinematografia de Buñuel, hoje, A Ilusão Viaja de Trem figura entre os seus melhores trabalhos da fase mexicana (Buñuel também dirigiu filmes na Espanha e França).

A viagem é repleta de situações inusitadas e bizarras. O estilo surrealista de Buñuel implementado e consagrado com o Cão Andaluz (1929) aqui dá as caras novamente e, como sempre, situações tão estranhas se sucedem como se fossem cotidianas, simples obras do acaso.

O filme reforça algo simples: a ilusão viaja todos os dias com todos nós, habitantes das metrópoles ou não, divide o banco do ônibus ou acompanha-nos à mesa do almoço. A ilusão é mais presente do que o imaginário habitual, e o absurdo é apenas uma questão de interpretação de nossa rotina, de nossas consideradas "normalidades".


** Ficha Técnica **

Título original: La Ilusión Viaja en Tranvía
Ano de produção: 1953
Direção: Luis Buñuel
Roteiro: Luis Alcoriza, Juan de la Cabada, José Revueltas, Mauricio de la Serna
Elenco: Lilia Prado; Carlos Navarro; Fernando Sotto
Origem: México
Duração: 88 minutos

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