quarta-feira, 8 de abril de 2009

Contra a Parede

Sibel Kekilli como a personagem homônima: um novo jeito de viver ou de fingir que vive

À toda velocidade, o carro contra a parede. Contra a parede. Traumatismo no pescoço. Uma desilusão e outras questões não resolvidas. Ser turco fora da Turquia. Família. Diferença de idade. Sair debaixo das asas dos pais. Um casamento arranjado. Um gostar arranjado. Um gostar que depois é sério. É amor. O sexo que não existe. A brincadeira que existe. O exercício da liberdade. O ofício da cumplicidade. Quase morrer. Quase viver. Sobreviver. Crime passional. Vergonha. Procura. Ausência. Vida nova. Filhos. Outra vez família. Outra vez ausência. Voltar. Seguir. Discutir. Duvidar. Não entender os novos caminhos. Viver.

Assim também podemos apresentar um dos melhores filmes alemães realizados nesta década, Contra a Parede, de Fatih Akin. O diretor, de raízes turcas, como é comum em sua cinegrafia, aborda a questão da identidade, que aqui poderá se expandir a todos os povos, etnias que enfrentam com certa dureza a distância de sua terra e a incomunicabilidade no país estranho, das pessoas estranhas - por motivos que se acumulam - pela língua, pelos hábitos, pelas crenças, pela terra, pela música, pelo choro, ou por nada.

Desde a primeira cena, o filme, como propõe o título, faz o espectador jogar-se contra a parede, se não literalmente, pelo menos ideologicamente como uma salvação das frustrações que afloram sempre que nos deparamos com obras da vida que nos atordoam, por nos mostrarem, sem rodeios, que o que esperamos, concebemos, no final, é exatamente tudo o que jamais imaginamos.

*** Ficha técnica ***

Título original: Gegen die Wand
Ano de produção: 2004
Direção: Fatih Akin
Elenco: Sibel Kekilli, Stefan Gebelhoff, Birol Unel, Catrin Striebeck, Francesco Fiannaca
Duração: 121 min
Línguas : Alemão; Turco
País: Alemanha

Uma das melhores cenas, a que dá nome ao filme - ao som de Depeche Mode

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