segunda-feira, 28 de maio de 2007

Eu o tenho sob minha pele...


Um caso estranho, essa voz que parte minhas percepções de tempo... E como sou tão feliz de qualquer jeito quando ouço sua voz; nunca imaginei que me tornaria assim, seu refém. Ainda bem que é assim, num período de pouco sentimento, ser sentimentalóide só em poder ouvir este poder que reverbera com força; isso, já, de certa forma, é um meio de distinção de todo o resto.

Sou tão grato por ouvi-lo, por senti-lo como cócegas sinuosas que percorrem todo o meu canal auditivo e vão até lá no lugarzinho de não-sei-onde do cérebro metamorfosear-se em alegria e numa explosão de outras coisas que vertem em hormônios embaixadores da sensibilidade e da felicidade impelidas, e percorridas por todos os rastros do corpo, por onde houver nervo, pele, gosto e alma...

Ah, como é bom. É tudo o que mais queria ser: estar à toa a ouvir tua voz à toa...

Belos olhos azuis, estás indelével sob minha pele.

Renego em lutar sob todas as forças que és agora quem me impele no rascunho deste texto. Estar contigo neste inverno, nesta noite de segunda, nesta noite de Beirute, Constantinopla e de todos os Impérios derrocados e poderosos que sabem do poder, do mundo a seus pés, de tudo, sobre tudo, sobre todos... Estás riscado na linha do tempo de forma a não ter mais carinho e adoração, és o próprio carinho aos privilegiados que tens a vibração deste estrondo ululando dentro do corpo, benção à alma que o habita...

Belo, sois tão maldito. Mas o perdoarei sempre enquanto fores assim: tua voz o manto de vida que faz minhas noites tímidas mais delirantes e cínicas.

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