Nostalgia dilacerante. Isso me ocupa. Ocupa os meus pensamentos, minhas atitudes cotidianas e o peito que alimenta aquela dor sobre o tempo que já passou. Estou extremamente nostálgico, sem rodeios: melancólico. As recordações da adolescência, dos tempos maravilhosos. Todo o tempo é maravilhoso. O que vivo hoje é maravilhoso. Mas existe algo que diferencia o que está só na memória e nas fotografias daquilo que respiramos e presenciamos agora.
Enquanto escrevia o primeiro parágrafo ouvia My Hero do Foo Fighters, música de 1997. Ah, como era bom, lá, há 11 anos, sintonizar o dial da FM e aumentar o volume para ouvir My Hero. Na força máxima - completava 18. A harmonia não era perfeita e nem tinha como, na ocasião o meu herói passava a figurar só nos álbuns de fotografia e em mim.
Em uma época turbulenta e de dor, restam para dilacerar jóias que eram os momentos com o herói. Relembro a época dos pegas, dos ficas, das pequenas baladas, tão ingênuas, mas tão aventurosas para os meninos e meninas de 16, 17 e 18. São muitas as imagens - ouço Allright do Supergrass.
Os anos passam - 97 - 98 - 99 - 2000. No ZAP do Estadão, lia sobre Ash e descobria a nova aurora em PJ Harvey. Big Exit. O máximo que tinha, desde os 16, eram as costeletas - cultivadas desde o início da puberdade. O rosto lisinho, a possibilidade de pêlos era só mesmo possibilidade para os anos posteriores. Eram as minhas histórias da cidade e as minhas histórias do mar com PJ.
Destes relatos, destas cenas, destas vivências, destas sofreguidões, destas benevolências, destas presenças, destas canções, destas letras que vão perdendo a força na tina de água quente, nos balanços dos ônibus - as lembranças ainda ameaçam algo dentro, algo incômodo, se não é possível que eu não estivesse nem aqui, nem lá.
As minhas forças do presente ganham atividade nas possibilidades passadas - nas concluídas ou incocisas. Hoje, ando em círculos na vida e nos textos. Subo e desço na montanha mágica de Mann ainda com os acordes rasgados de PJ embebendo os meus sonhos metropolitanos regados aos roncos dos motores dos ônibus que me transportam. Tudo tem o seu espaço reservado - inclusive no sono.
Tudo virou uma bagunça: misturo tudo. Desde os 19, num mesmo tempo Milan Kundera e PJ Harvey - em uma busca, quase erótica, ternamente sexual (se é que se pode dizer assim), das descobertas naturais do corpo jovem que amadurece e hormoniza o ar para encontrar a sua harmonia, no sexo e nas leituras, na música e no novo amor. This is Love. Sou tão pequeno, me enobreço com as lembranças, com as andanças e os prazeres.
De um jeito, estes continuam a ser os amores cultivados, as idéias acreditadas. As convicções mudam, mas a essência de tudo permanece reluzindo no pensamento.
Nostalgia que acalma o coração e desocupa-nos dos maus pensamentos e que abençoa nossa vitalidade para prosseguir.
Enquanto escrevia o primeiro parágrafo ouvia My Hero do Foo Fighters, música de 1997. Ah, como era bom, lá, há 11 anos, sintonizar o dial da FM e aumentar o volume para ouvir My Hero. Na força máxima - completava 18. A harmonia não era perfeita e nem tinha como, na ocasião o meu herói passava a figurar só nos álbuns de fotografia e em mim.
Em uma época turbulenta e de dor, restam para dilacerar jóias que eram os momentos com o herói. Relembro a época dos pegas, dos ficas, das pequenas baladas, tão ingênuas, mas tão aventurosas para os meninos e meninas de 16, 17 e 18. São muitas as imagens - ouço Allright do Supergrass.
Os anos passam - 97 - 98 - 99 - 2000. No ZAP do Estadão, lia sobre Ash e descobria a nova aurora em PJ Harvey. Big Exit. O máximo que tinha, desde os 16, eram as costeletas - cultivadas desde o início da puberdade. O rosto lisinho, a possibilidade de pêlos era só mesmo possibilidade para os anos posteriores. Eram as minhas histórias da cidade e as minhas histórias do mar com PJ.
Destes relatos, destas cenas, destas vivências, destas sofreguidões, destas benevolências, destas presenças, destas canções, destas letras que vão perdendo a força na tina de água quente, nos balanços dos ônibus - as lembranças ainda ameaçam algo dentro, algo incômodo, se não é possível que eu não estivesse nem aqui, nem lá.
As minhas forças do presente ganham atividade nas possibilidades passadas - nas concluídas ou incocisas. Hoje, ando em círculos na vida e nos textos. Subo e desço na montanha mágica de Mann ainda com os acordes rasgados de PJ embebendo os meus sonhos metropolitanos regados aos roncos dos motores dos ônibus que me transportam. Tudo tem o seu espaço reservado - inclusive no sono.
Tudo virou uma bagunça: misturo tudo. Desde os 19, num mesmo tempo Milan Kundera e PJ Harvey - em uma busca, quase erótica, ternamente sexual (se é que se pode dizer assim), das descobertas naturais do corpo jovem que amadurece e hormoniza o ar para encontrar a sua harmonia, no sexo e nas leituras, na música e no novo amor. This is Love. Sou tão pequeno, me enobreço com as lembranças, com as andanças e os prazeres.
De um jeito, estes continuam a ser os amores cultivados, as idéias acreditadas. As convicções mudam, mas a essência de tudo permanece reluzindo no pensamento.
Nostalgia que acalma o coração e desocupa-nos dos maus pensamentos e que abençoa nossa vitalidade para prosseguir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário