"Te extraño" quer dizer "Não te reconheço", é isso? Obrigado! Sua sincereza é pusilânime (O que é isso?) (Agora limpe as gavetas para poder enchê-las de novo). Você pode fazer um favor bacana, acho... Troca essa foto de cara sisuda? É. Sim. Tira essa foto e põe uma mais suave, de boa... Se cuidar de si mesmo é uma dádiva reservada a pouquíssimas pessoas, menina siberiana, das neves, da Ibéria, de Moscou, de Havana ou das Havaianas verdes que arrancam o couro do pé (ou só do dedão do pé). Pegou as conchinhas que eu te pedi? Pegou? Pegou nada, eu sei... Se sei... Humpf! Não pegou conchinhas. Depois fica toda apavorada quando os peixes lhe mordem a bunda... Se pode? Claro que pode! "Dêxa" os peixinhos mordedores de traseiros mergulhados, devem por estar em extinção, deve de ter só uma pequena porção por esse mar. Então deixa eles. Então pode! Ei, quer trocar de chinelo? É uma sugestão. Os seus lhe arrancam o pouco couro branco que lhe sobra (o resto ou está roxo ou está vermelho). Pele de boricar, de boricar. Borica, então, vai. "Carça" minhas sandalhinhas de Jesus, coisinha de Jesus. Os meus chinelos já se arrastam e me arrastam, só. Tão pesado. Deixa os verdes, não vão me arrancar o couro, nem pele, nem o ouro nem o tesouro, então vai com as "percata de jesuis". Que cenho, senhor! Veja bem nos meus olhos por estes seus olhos de vidro contrabandeados (Um abraço a todos os chineses que nos ajudam no contrabando de cada dia, barateando as coisas minhas mais lindas: olhos para enxergar, cartãozinho de memória que funciona errado, oremos ao deus Xing Ling - Que nossos "olhim" bem parcos possam ser bem "vedores", que os produtos automáticos funcionem sem precisar reclamar, que nossas "foto" não sejam estragadas e que os cartõezinhos de memória trabalhem direito, e que a única memória que funciona não seja só a nossa, né? Mas mesmo assim, obrigado a todos que barateiam a vida e nos fazem os pastéis de bauru mais secos, com uma lasquinha de queijo e só uma rodelinha de tomate). Agradecemos a Xing Ling, o todo poderoso de nossas sapiências juvenis, que nos deixa mais crianças. Silêncio. Pronto! Eu comi bauru, você misto-quente! Tava bom o café-com-leite? Às vezes, acho que eu sou café-com-leite, mas, tipo, mas, você, mas, hum, ei, olha, quero dizer, bem, deixa eu pensar, bom, sim, tá, eu sou... hum, pra ver, eiii, é, eu sou café-com-leite, mas daquele bem "fresquim", com cheiro de girassol de Paraibúna. Lembrei. Tirou as "foto" lá? Na máquina tudo tá tão colorido, os "mundo" muito mais e tão bonitos. Você é "mei" colorida também, "num é"? Roxeadinhos, Branqueadinhos, Vermelhadinhos, Azuladinhos... Veja! Vamos brincar de fruta? Eu sô moreno, num sô roxo, mas quero ser açaí. É. Eu sou o açaí, mesmo quase "pretim" do sol. Você é cupuaçu, certo? Mas sem leite condensado, chega disso! (Novamente, agradeço aos chineses - ou será os japoneses? - saber lá... - que nos roubaram o cupuaçu, mas já devolveram, não é? Devolveram ovas! Nós fomos lá e tomamos de novo! Oras... O cupuaçu é nosso, e não abrimos mão disso. Fiquem com os olhos falsos e os cartõezinhos de memórias que não funcionam, mas me devolvam o cupuaçu, meu deus! Que falta de respeito, deus não é deus, mas, sim, Deus, com "D" bem maiúsculo, afinal Deus sempre foi bem "mais grande" que Dor e Dostoiévski, até onde eu sei. Estou certo, certo? Jesuis não vai gostar disso e vai tomá as percata. Tá vendo que nem as aspa aparecem mais, tão gasta, gastinha... Olha lá, olha, olha, olha! Olha lá! É gel? É? Deixa eu mexer com o dedão. Queimei o pé. Ai! Tão bonito era aquilo, colorido, transparente, gelatina... Água-viva. Vai me deixar bem morto ou bem sem pé... Ai! Gosto bacana de você, mas eu gosto mais de mim, acho que eu sou muito mais bonito, você não é feia, não, nem é, parece florzinha amarela sem nome no caminho do ouro do Jabaquara, acho que sim, talvez até um tantim até mais bonita. Eu sou bonito, num sou? Eu acho que você é... Já esvaziou as gavetas que falei dentro dos "parêntese" lá em cima? Acho que não, mas eu vi que você sorriu, nisso olhos brilharam, arranquei sorriso e guardei no bolso, no mesmo bolso que guardei as conchinhas que quebraram quando eu sentei...
Um comentário:
A florzinha sorriu ao final...
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