sábado, 1 de novembro de 2008

Calor de aluvião

Chov´oje e pulmão chia e chibata e pata na costa, calor de aluvião. Como quente está, como donde não se vê, pra cá, menos melhor e visto. Mas não goteja, e quando, é pouco. Está sino. Nhor de jorge, de menino, de prego e carpino, de madeira de fé. Tão quente menos dói até, quando é esperança molhada que desce do céu.

Chov´oje, chia no coração e tanta querência de saudade de destino, tudo alento, menos certo, alento em nósinhora, que coisa boa se coa num filtro de comequié. É, só certo, alívio, justino, certinho de que se chia menos quando esperança molha mais, então traz. Então vai, comigo de esbanjo, de nhor pelejo, que nem vejo, cabruco, vejo... qui vejo só, tão só.

Chia menos com mais qualquer. Se é de vão que se faz verdade que me queira o mundo de menino que me guarda em travesseiro. Se eiro, noveleiro, só chov´oje pra nós não chiar de não se armar de revrolvim, chiado minguado de não amado só.

Texto escrito em meados de 2007, num informal diálogo por mensagem eletrônica no trabalho, para o meu colega Rafael Castori, numa tarde muito quente, em que esperávamos chuva e um alívo naqueles dias muito quentes.

Um comentário:

@amaurit disse...

Chuva, esperança molhada que desce do céu. Admiro palavras, orações que conseguem descrever sentimentos.

Ouvi falar que chuva, (se eu não me engano) no cinema, tem o sentido de recomeço no enredo dos personagens. Tem tudo a ver.

Tô na ativa no VOGAL&C.