domingo, 24 de fevereiro de 2008

Just Enough Education to Perform

Chuva. Quarto com um ar de demasia humana. Pó. Make me feel like one. Beber o quê? Beber a água da chuva. Em tese, na verdade, deixar-se render o tempo debaixo das travadas gotas de chuva que fazem um barulho teso no telhado...

Na escrivaninha adoto uma postura um pouco maniqueísta, esqueço o mundo de lá de fora. Ouço risadas na cozinha, ouço os carros na rua, ouço o latido dos cães que não tem teto divindo o barulho, o espaço com os carros, com os quais a minha mente se azucrina -gostaria de ter esquecido, afundada em suas preocupações.

É um modo de educar-me em relação ao que não me é alcançável. Não estou inerte, nem preguiçoso. Estou muito bem agasalhado com a manta nos ombros quase debruçado sobre a mesa, as mãos pouco retesadas, trêmulas mais pelo peso dos ombros postulado pela manta tepe, quente, gostosa. Todos os dias poderiam ser queimados assim, de alguma forma. Na insensibilidade e na vunerabilidade de nossas sensações, alguma forma, de forma ordinária, todas as nossas confusões teriam um pouco mais de sentido de serem, então, confusas.

Mas não categorizo a sabedoria dos samurais, as divindades lamas, a tapeçaria persa, o caldo verde na tigela branca.

Há um temor e inveja da chuva. Da natureza como de toda a grandeza e imensidão inalcançável, como disse.

Entender as minhas confusões é o primeiro passo para a educação suficiente para a performance sobre a minha vida.

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