A seara nova, hiperbólica e cheia de estilo, da letra descoberta me encanta para o desafio. Eu estava no quintal de casa quando senti o cheiro molhado da chuva que molhou o que eu pensava. Aquela hora eu não passava de algumas ideias encharcadas.
Mas eu me constituo de amor e de mais uma meia dúzia de palavras parecidas, que tentam explicá-lo. Mas amor, me dizem, é algo tão medieval, antiquado, velho, sem cor, desbotado pelo tempo. E eu confirmo para não causar controvérsias. Mas renego, com alguma veemência, o que externamente digo com os olhos, ou deixo escapar como se fossem palavras ditas com o coração que os verbos esplêndidos acolchoam, e deixam suavizar nos ouvidos dos outros. Eu não sou os outros. Sou-me. Ainda que sinta que quero te ser, se ter-te não for nenhum sacrifício, ou algo que os meus braços limitadíssimos possam alcançar. Eu não sei de nada e sei alguma coisa. Sei que a seara nova, de uma palavra ainda não encontrada, poderá fazer de um indivíduo comum mais comum ainda, porém mais feliz. Eu agradeço aos signos que possam me atestar sobre essa coisa que rejo com um humor sereno, mesmo ante dias não comemoráveis. Mas ainda posso dizer que algo régio que sintetiza elementos dos quais não sei nem o nome, a denominação, mas fabricam o ser que escapa a mim, o mesmo ser que é capaz ainda de fazer uma anedota sobre o fim do mundo.
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