tag:blogger.com,1999:blog-61161083758826304262024-02-19T08:40:21.516-03:00Um Passeio RepentinoSe podes olhar, vê. Se podes ver, repara.Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.comBlogger186125tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-48571582741154582662011-04-15T08:04:00.003-03:002011-04-15T08:20:12.787-03:00Telão-de-seda-azul<div style="text-align: justify;">4h45, manhãzinha. Manhãzinha ainda: ela vai aparecendo agora, crescendo. Um grilo lá; um relógio aqui. A rebarba do sono fica no travesseiro; o zumbido do relógio, convocando para o dia, passa o facão no sono tegumentado à cama. "Que pensamento longo, Jesus". "Que vida curta, meu Deus". "Que dia torto, Senhor". E a santidade responde por todos os nomes, clamada quando o sono acaba e a vida tem um novo recomeço. Mas é manhãzinha ainda. E, cedo, chama a fé.<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">Quer barulho, quer vidinhas, quer murmurinhos ainda na cama, antes do café. Cheira o ar com cheiro de coador de café, cheiro de vô no quintal com rapé, cheiro de vó na cozinha com panela. É o cheiro de amor, é o cheiro dela.<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">Antes de pôr o pé pra fora da cama, lembra de quem ama, lembra de quem quer. O estrado estrala.<br /></div><br />"Volta pra cama, amor".<br /><br />"Num volto, quero café".<br /><br />"Volta amor, descansa... Te acordo mais tarde num chêro e num cafuné".<br /><br />"Volto. Pelo chêro, por ser o que é. Cê sabe que te gosto e gosto do teu café".<br /><br />"Pois é, Zé, pois é... Vida onça, cabriola, te amo, rapaz, mas não sei como é que é".<br /><br />"Nem sei eu como é o que você diz que não sabe como é que é. Só sei que é. É assim esse gostar de paixão que me rodeia".<br /><br />"Mas é muita paixão, Zé. Perde-se nas contas... Mas o meu coração está muito bem achado, sabe muito bem o que quer: te quer".<br /><br />"Senhora minha, amor de juventude, boa de saúde e boa do pé, quero brindar esse amor com um gole do teu café".<br /><br />"Paixão devora a alma e a calma; a paciência e a ciência; a mim e a ti".<br /><br />"Não é só paixão ligêra e fugaz, é amor, e amor engole o tempo".<br /><br />"E o tempo é quem faz nascer o amor".<br /><br />"Pois é. Amor senti".<br /><br />"Pois é. Amor sem ti não há."Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-77284489422873942342011-02-06T11:01:00.004-02:002011-02-06T11:22:57.817-02:00Arestas- O dia tá nebulento, não tá, meu filho?<br /><br />- Não reparei.<br /><br />- Pega o gibão pra sua mãe.<br /><br />- Ahn?<br /><br />- Ande, lesmo.<br /><br />- Calma, mãe. A via é uma, não é duas.<br /><br />- Seu pabola! Adiante minha vida, não desmantele minha calma!<br /><br />- Ave...<br /><br />- Por que tá bufando? A misericórdia de Deus me livre, mas essa agonia me cansa, e me enfastia me deixando fraca. Largue essa facécia, me dê a bolsa pra eu tomar o guarda-chuva.<br /><br />- Fique distensa, mãe, acho que não vai chover...<br /><br />- Se não vai? Olha o cheiro! Cheira a luz. Já escapole. É um desperdício esse seu pensamento.<br /><br />- Mas que frivolice fora de hora, mãe. Já essas nuvens vão embora. Está vendo? O vento já vai arrebanhando elas.<br /><br />- Tá duvidando do meu faro d'água, faceiro?<br /><br />- Não mãe, não tô...<br /><br />- Então, tome prumo e escute o que lhe digo. Passa o gibão.<br /><br />- Arre.<br /><br />- Desde menina respiro de longe a água. Falo sério, moleque. Não sou catirina.<br /><br />- E essa caminhada ainda demora, mãe?<br /><br />- Demora a suficiência necessária. A urgência de saber dessa dor que prensa os quarto.<br /><br />- E o médico vai saber?<br /><br />- Ah! Vai não, lesmo! Pare com parvoice. Ele é conhecedor. Leu pra isso. Pra entender a dor dos outro.<br /><br />- Mãe, a dor não é entendimento de quem sente, e se remói?<br /><br />- Filho, a dor é complicada, por milhor que seja o doutor. A dor é coisa íntima, e o seu valor e a sua força só atesta mesmo em quem dói.<br /><br />- Sofre não, mãe. A gente já vai chegando... Você toma um remédio e fica boa.<br /><br />- Mas a chuva já resolve um pouco. Este tipo de dor que faz o céu banhar toda a gente.<br /><br />- É, mãe. O céu tá mesmo nebulento.<br /><br />- Então deixa a chuva descer, sem guarda-chuva.<br /><br />- Não quer mais o guarda-chuva?<br /><br />- Deixa assim. Água na moleira pra aliviar a dor e os dias...Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-39758006794420395762011-01-05T07:47:00.002-02:002011-01-15T11:21:25.249-02:00Ano-novo<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> 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Ah, se assim fosse, e não fosse o pretérito perfeito do subjuntivo do “ser”, da complacência do existir de um indivíduo – e a minha existência não é pândega, nem patusca – eu não sei se sou mais algo que denominam como “indivíduo”, se nesta nova década que se inicia a individualidade parece ser algo dos demônios, tosco e brutal para o qual lutar e desejar.</p> <p class="MsoNormal">“Uma seara nova, hiperbólica” para os novos tempos... É a repetição do que eu já escrevera em outra oportunidade com a intenção de valer para as novas oportunidades que virão no correr dos dias e de nossas gloriosas lutas com os próprios dias.</p> <p class="MsoNormal">“Bom-dia, amor, feliz ano-novo”. Simples, cômodo para os meus ouvidos, para a minha espécie que sabe que tudo é velho neste mundo de novidades abruptas, insensatas; mas o querer de coisas novas neste mundo velho não é exclusividade minha, mas o meu particular desejo de que a década, os anos, os meses sejam outros na sereníssima realidade de ser o que sempre foram, apenas realistas e parte de mim.</p>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-19181447690475767572010-12-05T11:06:00.002-02:002010-12-05T11:16:48.862-02:00Thank you Sir!<div class="topspin-widget topspin-widget-bundle-widget"><br /> <object type="application/x-shockwave-flash" width="400" height="300" id="TSWidget47686" data="http://cdn.topspin.net/widgets/bundle/swf/TSBundleWidget.swf?timestamp=1291522652" bgcolor="#000000"><br /> <param value="always" name="allowScriptAccess"><br /> <param name="allowfullscreen" value="true"><br /> <param name="quality" value="high"><br /> <param name="movie" value="http://cdn.topspin.net/widgets/bundle/swf/TSBundleWidget.swf?timestamp=1291522652"><br /> <param name="flashvars" value="highlightColor=0x00A1FF&theme=black&widget_id=http://app.topspin.net/api/v1/artist/925/bundle_widget/47686&theme=black"><br /> <param name="wmode" value="transparent"><br /> </object><br /></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-5115158337539091012010-11-27T17:44:00.005-02:002011-04-15T12:20:06.648-03:00CantaloupeAloha! Ele torce pro Avaí, porque curte a cultura havaiana. Anda engraçado com a sua cúspide trangalhandança, doce tal qual mel, então, se tens diabetes, vás com calma!<div><div><br /></div><div>Ele tem uma alma que o deixa longe da desalmadez. Ele é quente e não esquenta com nada. Tem amor, não tem amora. Mesmo com dor, não vai embora. Burila na cuca as estórias mais bonitas da história. Ele é um servo do verso. Um garoto maroto que gosta de lorota.</div><div><br /></div><div>Ele não deixa boas impressões, talvez por causa do toner da impressora. Tonifique-a!</div><div><br /></div><div><i>Pra Mangaratiba, meu rei, já voei. </i></div><div><i>Em Paraty já me hospedei. </i></div><div><i>Para ti o meu coração doei. </i></div><div><i>E não doeu, viu? </i></div><div><i>Garbosa, fastuosa, menina gostosa. </i></div><div><i><br /></i></div><div>Por acaso a nectarina é uma tangerina com muito néctar ou o meu pomo-de-adão não está no Gênesis? Mas nem o Gênesis está com o Phill Collins. E o Phill Collins não está com a canção. E a canção está no samba. Então é samba-canção! Eu estou no samba-canção.</div><div><br /></div><div>Vou andando contra o furacão, sem Kleenex, sem RG, no sol de quase dezembro, eu vou...</div><div><br /></div><div>Tomo uma tubaína; danço com uma bailarina; como um gomo de tangerina. E os nenúfares raivosos me provocam: bum! chuá!</div><div><br /></div><div>Deus, colha chuva pra uma arvorezinha de sombra. Colha e acolha.</div><div><br /></div><div>Ele é quente e não esquenta com nada. </div><div><br /></div><div>O redemoinho levou as redes e o moinho... Como vamos pescar? Como vamos moer? Vamos morrer? Vamos nada...</div><div><br /></div><div>Ele respirava solto naquela docível noite do mar do norte. O peito cheio e o coração vazio. Havia uma mácula dentro, que o tempo era soldado raso pra lutar. A luz dele não podia amanhar agora, se ele não tem sono e só ganha arrepio. </div><div><br /></div><div>Há um ar só naquele quarto, na casa. E o tempo é soldado raso pra lutar...</div><div><br /></div><div>O gelo vem do céu pra sossegar o tédio. O calor vem do chão pra tramar as brigas pela vida de amanhã, de amanhã e de amanhã.</div></div><div><br /></div><div>Ele quer um jazz profile e ouve Cantaloupe; e faz gestinhos com os dedos imitando tocar uma bateria no ar. A bateria não está lá mas a vizinhança ouve bem o tralhadar dos pratos e a gravidade dos bumbos. Direitinho: ouve sorrindo.</div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-75763337983859706242010-10-11T22:40:00.003-03:002010-11-27T17:34:31.651-02:00Está difícil<div style="text-align: justify;">Está difícil escrever aqui. Por falta de tempo. Por falta de descanso. Mas uma hora eu volto. Sempre volto. Com as minhas pontuações absurdas. Ausências de vírgulas. Pontos-finais ao infinito. Nem ao menos um ponto e vírgula para escapar do comum. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ufa. Pelo menos um parágrafo diferente para respirar. Se não há vírgulas que haja ao menos parágrafos para que se possa respirar neste texto sem volta. Sem fim. Com tantos pontos. Tantas paradas e orações descontinuadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Outro parágrafo para soçobrar esta intenção de texto que não tem intenção nenhuma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há alguma história a contar? Alguma novidade a não ser os primeiros pontos de interrogação?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não há nada. Nem admiração. Um gesto seco. Um olhar ribeirinho de sono. Uma vontade lúdica de sonhar com palavras que não sonham a não ser que o ser que as pensa e as escreve seja um sonhador. Palavras não sonham. Seres que escrevem palavras sonham. Ou pelo menos devia ser assim. Se não é. Pois é. Tudo mais ou menos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Indo. Tentando. Acabei fondo. Senão indo. Ir pra tentar. E não sei? Pois é. Zé. Me acorde para uma outra média vocabular.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele foi. Ele iu.</div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-22743654874794207522010-09-19T13:22:00.002-03:002010-09-19T13:29:26.254-03:00ElfchenBlaue<div>Die Meer</div><div>Ich will alles</div><div>von Ort zu Ort</div><div>Nichts!</div><div><br /></div><div>Hallo!</div><div>mein Leben</div><div>Sonne, Mond, Sterne</div><div>Tage, Stunden, Minuten, Sekunden</div><div>Hoch!</div><div><br /></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-68009586410545838402010-09-09T21:53:00.006-03:002010-09-09T22:29:46.394-03:00Sintetiza Dores<div style="text-align: justify; ">Ouço "Heroes" e vem um turbilhão de coisas. Momentos que equilibram-se entre tristes e alegres. A canção foi um marco já na primeira vez que a ouvi, nos anos 80 (entre 88 e 89), ao assistir ao filme <i>Christiane F. - Wir Kinder von Bahnhof Zoo</i> (Christiane F. - Drogada e Prostituída). Quando apenas menino se ouve a canção ao final do filme, nos créditos, perturba. Eu me senti assim. Um exemplo de que a música tem o poder de transcender à mera questão idiomática.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Perturba também ouvir "Sense of Doubt" - instrumental - também do álbum <i>Heroes</i> e da trilha sonora do filme. É a música incidental do isolamento de Christiane. O filme de 1981 foi lançado quatro anós após o homônimo álbum clássico de Bowie, que compunha a informal "trilogia de Berlim".</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Há alguns dias, passava pela esquina Augusta-Paulista, enquanto sintonizava alguma rádio, ouvi "Heroes". Algumas lágrimas escorreram. O dia não fora fácil; a luta que tenho nesses últimos dias também não. Não passei incólume ao verso <i>We can beat them, just for one day</i>.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Não fico imune à "Heroes". Não só à música, mas a todo o álbum homônimo, que dos discos de Bowie, é o mais intrigante; não é meu preferido dos discos do Bowie, mas é o que mais me causa pensamentos e lembranças. O lendário Brian Eno é o responsável pelos míticos sintetizadores que parecem atingir mais a espinha que os ouvidos que, junto com a linha de baixo positivista, marcam o álbum.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">A "Heroes" que ouvi enquanto estava às 23h na rua Augusta não é a de Bowie, é uma regravação que o grupo nova-iorquino TV On The Radio fez para o projeto "War Child: Heroes", onde grandes intérpretes releem clássicos de Dylan, de Brian Wilson, do próprio Bowie, de The Clash etc.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Hoje, o álbum é relacionado ao desenvolvimento do que conhecemos hoje como música eletrônica, de sintatizadores e de bate-estacas - de "Beauty and the Best" a "The Secret Life of Arabia". "Heroes" já foi tantas vezes regravada, algumas versões muito boas, outras nem tanto; e entre os que já a regravaram estão Wallflowers, Oasis, Kasabian, Arcade Fire e tantos outros.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">A canção fala da história de uma casal que se encontra e se beija ao pé do muro de Berlim, sob rajadas de balas que passam sobre suas cabeças. "A vergonha está do lado de lá", diz a letra. </div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">É difícil dizer se Bowie ali é triste, se é cru, ou se apenas se utiliza de um fato real para fazer poesia com um momento particular que vivia, pois neste momento ele vivia na Alemanha Oriental, do "lado de lá" do muro. O outro lado ainda pouco conhecido. Mas o que tenho comigo é que a canção sintetiza alguma dor, sem dúvida, com aqueles, mais espaciais que terrenos, sintetizadores.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">E ali diz que podemos ser heróis, ao menos por um dia...</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; "><br /></div>"Helden" é a versão alemã de "Heroes".<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/GXV3rlr9G04?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/GXV3rlr9G04?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-8720983666797798452010-08-27T21:20:00.007-03:002010-08-27T21:51:57.279-03:00Três diamantes<span style="font-weight:bold;">Diamond Sea</span> - Sonic Youth<br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/whW7oVPcCYo?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/whW7oVPcCYo?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Shine On You Crazy Diamond</span> - Pink Floyd<br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/BLKiMbC6s2k?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/BLKiMbC6s2k?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><b>Diamonds and Rust</b> - Joan Baez<br /><object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/09wI0j9nkkE?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/09wI0j9nkkE?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-83217362114865850742010-08-27T15:36:00.002-03:002010-08-27T15:39:17.993-03:00Inabalável são-paulinidade<object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/S5Fq1r0DFyQ?fs=1&hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/S5Fq1r0DFyQ?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-30309948747375374132010-08-27T13:35:00.000-03:002010-08-27T13:36:03.369-03:00Sucesso<div style="text-align: justify;">O sr. K. viu passar uma atriz e disse: "Ela é bonita". Seu acompanhante disse: "Ela teve sucesso recentemente porque é bonita". O sr. K. se aborreceu e disse: "Ela é bonita porque teve sucesso".</div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">(BRECHT, Bertolt. <i>Histórias do sr. Keuner</i>. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Editora 34, 2006. p. 38)</div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-30071858766261773392010-08-25T10:51:00.012-03:002010-08-26T13:21:37.700-03:00Achado<div><b>Gefunden</b></div><div><br /></div><i>Ich ging im Walde<br />So für mich hin,<br />Und nichts zu suchen,<br />Das war mein Sinn.<br /><br />Im Schatten sah ich<br />Ein Blümchen stehn,<br />Wie Sterne leuchtend,<br />Wie Äuglein schön.<br /><br />Ich wollt es brechen,<br />Da sagt es fein:<br />Soll ich zum Welken<br />Gebrochen sein?<br /><br />Ich grub's mit allen<br />Den Würzlein aus.<br />Zum Garten trug ich's<br />Am hübschen Haus.<br /><br />Und pflanzt es wieder<br />Am stillen Ort;<br />Nun zweigt es immer<br />Und blüht so fort.</i><div><br /></div><div>Johann Wolfgang von Goethe (1813)</div><div><br /></div><div><br /></div><div><b>Achado</b></div><div><br /></div><div><div><i>Há pouco permiti-me </i></div><div><i>Fazer um passeio no bosque</i></div><div><i>E não procurar por nada,</i></div><div><i>Este era o meu desejo.</i></div><div><i><br /></i></div><div><i>Mas, ali na sombra, vi</i></div><div><i>Uma flor plantada,</i></div><div><i>Cintilava como estrelas,</i></div><div><i>Como lindos olhos.</i></div><div><i><br /></i></div><div><i>Desejei pegá-la,</i></div><div><i>Quando, gentilmente, ela dirigiu-se a mim:</i></div><div><i>Quer mesmo me pegar,</i></div><div><i>Só para me ver murchar?</i></div><div><i><br /></i></div><div><i>Então levei-a a um jardim,</i></div><div><i>Com todas as suas raízes</i></div><div><i>Para contribuir com sua beleza</i></div><div><i>Em uma casa também tão bela.</i></div><div><i><br /></i></div><div><i>Plantei-a novamente</i></div><div><i>Em lugar arejado;</i></div><div><i>Agora, seus ramos crescem </i></div><div><i>E florescem para mim, para</i><i> sempre.</i></div></div><div><br /></div><div>(Tradução de Marcelo Maia Torres)</div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-35818058445847418192010-08-14T19:18:00.007-03:002010-08-15T12:07:55.234-03:00"Tem que acreditar"<div style="text-align: justify; font-family: trebuchet ms;">Há quase 10 dias, eu estava num ônibus quando o São Paulo Futebol Clube jogava a segunda partida pela semifinal da Copa Libertadores da América. São Paulo vs. Internacional. O São Paulo venceu o jogo, porém não se classificou à final. Pela regra da competição, o gol marcado fora de casa é o primeiro critério de desempate, quando a soma dos resultados dos jogos é de igualdade entre as equipes.<br /></div><br /><div style="text-align: justify; font-family: trebuchet ms;">A perda da possibilidade de disputar mais um título da Libertadores é menor. Futebol, como outros meios, é entretenimento, pelo menos eu encaro assim. E a tristeza de um torcedor, muitas vezes, é compensada com gestos ou posturas emblemáticos de seu time do coração. O São Paulo este ano joga um futebol aquém das expectativas, mas, dentro de suas limitações, no jogo do dia 5 de agosto, demonstrou ao menos vontade de vencer. Isso somente não ganha jogo. Ainda que a equipe saia derrotada, o que não foi o caso, ou eliminada, há de fazer o seu torcedor se sentir consolado ao menos pelo espírito de luta.<br /><br />Mas naquela noite há um fato maior que tudo isso que me fez reflexivo. No ônibus em que eu estava entrou um menino, de seus 10 ou 11 anos, vendendo balas, drops. O que é comum no Brasil, infelizmente. Depois de oferecer a bala para os passageiros que estavam sentados no ônibus, o menino parecia cansado, logo procurou o primeiro lugar ao seu alcance pra se sentar, que era ao meu lado. O menino, com a sua caixinha de drops no colo, se virou pra mim, cutucando o meu ombro, quando começou o nosso diálogo:<br /><br />- Cê tá ouvindo o jogo do São Paulo?<br /><br />- Sim.<br /><br />Ele prosseguiu:<br /><br />- Cê é são-paulino?<br /><br />- Sim. E você?<br /><br />- Eu sou também... Quanto tá o jogo?<br /><br />- 2x1 para o São Paulo...<br /><br />- Caramba, o São Paulo precisa fazer mais um, né?<br /><br />- É... Mas tá dificil.<br /><br />- Eu posso ouvir o jogo com você?<br /><br />- Ah, pode... - e entreguei um dos fones de ouvido para ele poder acompanhar a partida.<br /><br />Foram mais ou menos 20 minutos de jogo em que dividi o fone com o menino. Por um momento esqueci do jogo, e fiquei reparando nas expressões dele quando o São Paulo desperdiçava uma chance de gol ou quando era contra-atacado pelo Internacional... O menino parecia mesmo aflito.<br /><br />O jogo ainda não havia terminado quando chegamos ao destino final do ônibus, quando o menino devolveu o fone, e me disse:<br /><br />- Vamos acreditar, né? - e agradeceu por ter lhe emprestado o fone.<br /><br />Eu só disse um tímido "de nada".<br /><br />Quase onze da noite e uma criança vendendo balas no centro de São Paulo, de ônibus em ônibus. De algum modo fiquei fragilizado, mas o menino parecia não estar preocupado com coisa alguma.<br /><br />Ali me parecia que desejava somente que o seu time vencesse, talvez para partilhar com alguém, consigo que ele era, em suma, um vencedor, porque o seu time havia vencido. Não sei das condições de vida do menino, nem de sua família, mas a minha ignorância e hipocrisia, fruto da desgraça cotidiana, foi estilhaçada naquele momento.<br /><br />O menino embarcou em outro ônibus. Se não encontrou outro companheiro de viagem que divida o som do rádio, só deve ter sabido em casa ou no dia seguinte, na primeira banca de jornal, que o time dele não fez o placar que precisava.<br /><br />Pensei no rosto do menino quando ele disse "tem que acreditar, né?"<br /><br />Tive uma infância limitada, pobre, passei por apertos, mas nunca me faltou uma casa e eu não precisei vender balas nos ônibus. Espero, sinceramente, que este garoto continue acreditando, agora na força da vida, e que a realidade dele como homem seja bem diferente da que ele carrega enquanto menino.<br /><br />Digo para mim: "tem que acreditar". Acreditar em algo bem maior que um jogo de futebol. Algo que me impele lembrar desse fato e que me faz esquecer tantos outros, que me empurra para algo bem maior, e que não posso esquecer.</div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-18058962062335282792010-08-07T14:13:00.003-03:002010-08-07T14:22:35.288-03:00SiaEntre os meus mp3, reencontrei o de uma cantora australiana chamada Sia Furler, ou apenas Sia. Uma das canções que possuo tem também um clipe de uns 2 anos atrás, que é de um visual muito bonito.<br /><br />Se podes ver, vê.<br /><br /><object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/t1x8DMfbYN4&hl=pt_BR&fs=1?rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/t1x8DMfbYN4&hl=pt_BR&fs=1?rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-77671374509941389662010-08-06T20:56:00.006-03:002010-08-07T13:37:07.777-03:00Argentinamento das coisas<div style="text-align: justify;">Como parte do meu processo de argentinamento, assisti há algumas semanas o filme <span style="font-style: italic;">Rompecabezas</span> (Quebra-cabeças). Uma belíssima surpresa. Ao mesmo tempo que é uma belíssima decepção. Decepção não pelo filme, mas por saber que filmes desse porte muitas vezes não entram, nem resvalam, nem tiram tinta da trave do circuito comercial. É mesmo uma pena. O filme tem recebido prêmios por aí afora. A direção é de Natalia Smirnoff.<br /><br />Já no ano passado eu tinha lido a respeito desse filme, e assistido ao trailer. E a oportunidade de assisti-lo surgiu há algumas semanas no Festival de Cinema Latino-Americano. Bons filmes como esse, infelizmente, acabam restritos a "guetos", a um nicho.<br /><br />Mas também, filme bom, que não seja de explosão, comédia, romance ou não seja de Hollywood, aqui é difícil vingar.<br /></div><br /><object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/VRZJl7bvedo&hl=pt_BR&fs=1?rel=0"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/VRZJl7bvedo&hl=pt_BR&fs=1?rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-80540492921801757362010-08-06T20:47:00.002-03:002010-08-06T20:51:19.135-03:00The ChangelingUm pouco de música na sexta de música.<br /><br />O pequeno filme está legendado em espanhol.<br /><br />Mudanças!<br /><br /><object width="500" height="405"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/lK5rZfSMpKw&hl=pt_BR&fs=1?rel=0&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999&border=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/lK5rZfSMpKw&hl=pt_BR&fs=1?rel=0&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="500" height="405"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-28462218580720959552010-08-05T12:04:00.005-03:002010-08-16T12:18:05.156-03:00Será?<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:130%;">O fim de uma era de infâmia</span><br /><br />por Luis Nassif<br /><br />Diogo Mainardi está saindo do país. Na sua crônica, brinca com o medo de ser preso. É medo real. Condenado a três meses de prisão pelas calúnias contra Paulo Henrique Amorim, perdeu a condição de réu primário. Há uma lista de ações contra ele. As cíveis, a Abril paga - como parte do trato. As criminais são intransferíveis. E há muitas pelo caminho.<br /><br />Há meses e meses meus advogados tentam citá-lo, em vão. Foge para todo lado. A intimação foi entregue na portaria do seu prédio, mas os advogados da Abril querem impugnar, alegando que não foi entregue em mãos. Tudo isso na era da Internet, quando todo mundo sabe que ele está sendo procurado para ser intimado.<br /><br />A outra ação, contra Reinaldo Azevedo, esbarra em manobras protelatórias dos advogados da Abril. A ação prosperou porque colocada no Fórum da Freguesia do Ó - região da sede da Abril. Os advogados da Abril insistem em transferi-la para a Vara de Pinheiros.<br /><br />Minha ação de Direito de Resposta contra a Veja vaga há quase dois anos, devido à ação da juíza de Pinheiros. Primeiro, considerou a inicial inepta. Atrasou por mais de ano a ação. Em Segunda Instância, por unanimidade o Tribunal considerou a ação válida e devolveu para a juíza julgar. Ela se recusou, alegando que a revogação da Lei de Imprensa a impedia - o direito de resposta está inscrito na Constituição Federal.<br /><br />No caso da ação Mainardi-Paulo Henrique Amorim, ela absolveu Mainardi, alegando que as ofensas não passavam de mero estilo de linguagem que não deveriam ser levadas a sério. O disparate da sentença foi revelado pelo próprio TJ-SP ao considerar que o autor merecia uma condenação de três meses de prisão.<br /><br />O problema não é Mainardi. É apenas uma figura menor que, em uma ação orquestrada, ganhou visibilidade nacional para poder efetuar os ataques encomendados por Roberto Civita e José Serra.<br /><br />Quando passar o fragor da batalha, ainda será contado o que foram esses anos de infâmia no jornalismo brasileiro.<br /><br />Fonte: blog do <a href="http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-fim-de-uma-era-de-infamia">Luis Nassif</a>. Postagem de 25/07/2010.<br /></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-14294370770011425012010-08-02T06:25:00.009-03:002010-08-02T12:02:49.490-03:00Não sou o que então eu era, mas ainda me é dado recordar<div style="text-align: justify;">Até um tempo atrás, se algum cliente reportasse a mim dessa maneira:<br /><br />- Por favor, você tem "O Aleph"?<br /><br />Bom, eu, com um sorriso sorrateiro, ficaria feliz com a busca do cliente, afinal este era um daqueles que de vez em quando me deparava para partilhar algo interessante do mundo da literatura... Ah, eram outros tempos.<br /><br />Hoje não sou mais vendedor de livros, mas sei que os vendedores de livros de hoje também sabem que se alguém pedir a eles "O Aleph" não será esse um predicado literário voltado àqueles que buscam boa leitura, pelo menos não somente. <span style="font-style: italic;">O Aleph</span>, título do clássico livro de contos de Jorge Luis Borges, é o nome do novo livro de Paulo Coelho. Pois é.<br /><br />Enquanto Borges foi gênio, de fato, Coelho se autointitula 'mago'. Pois é outra vez.<br /><br />O livro de Borges é crucial para o que se denomina paixão pelo aprender, pelo saber, por ler, pela metafísica da vida. O título do livro de Coelho: eu não sei, soa uma ignomínia; não à Borges, mas à literatura como um todo.<br /><br />O mago é 'imortal' 'e não sabe o que faz'. Ou sabe?<br /><br />Diga-se, isso não é a primeira vez que Paulo Coelho infama Borges, ou sei lá coisa que o valha. Pois, em 2005, lançou o livro <span style="font-style: italic;">O Zahir</span>, que, por coincidência ou não, é o nome de um dos contos do Aleph de Borges... e um dos melhores do livro.<br /><br />Qual é a do mago eu não sei, mas costuma conseguir êxito no que intenta, talvez por isso seja mesmo um mago. A mesma academia que rejeitou Carlos Drummond de Andrade o acolheu de braços abertos, para o aconchego da câmara do chá das cinco... Politicagens: Getúlio Vargas também foi aceito pela academia. Me diga o livro de Getúlio ou a participação dele na cultura deste país? Necas. Getúlio foi eleito graças a uma edição, coligida na época, de seus discursos. Pela terceira vez: Pois é.<br /><br />Populismo e magia à parte, é preciso considerar que Paulo Coelho é notável para aqueles que consideram a sua produção digna de nota, o que não são poucos. Mas me compadeço com Quintana quando dizem que Paulo Coelho é um mago; acreditam que ele é mesmo um mago, ele faz milagres, não é?<br /><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">O milagre não é dar vida ao corpo extinto,</span><br /><span style="font-style: italic;"> Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...</span><br /><span style="font-style: italic;"> Nem mudar água pura em vinho tinto...</span><br /><span style="font-style: italic;"> Milagre é acreditarem nisso tudo!</span><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;">Mas volto a Borges que por meio de uma simples descrição dizia muito.<br /><br />Excerto de <span style="font-style: italic;">O Zahir</span> (do Borges, tá?)<br /><br /><span style="font-style: italic;">Em Buenos Aires, o Zahir é uma moeda comum, de vinte centavos; marcas de navalha ou de canivete riscam as letras N T e o número dois; 1929 é a data gravada no anverso. (Em Guzerat, em fins do século XVIII, um tigre foi Zahir; em Java, um cego da mesquita de Surakarta, que os fiéis apedrejaram; na Pérsia, um astrolábio que Nadir Shah mandou atirar no fundo do mar; nas prisões do Mahdi, por volta de 1892, uma pequena bússola que Rudolf Carl von Slatin tocou, envolta numa dobra de turbante; na mesquita de Córdoba, segundo Zotenberg, um veio no mármore de um dos mil e duzentos pilares; entre os judeus de Tetuan, o fundo de um poço.) Hoje é 13 de novembro; no dia 7 de junho, de madrugada, chegou às minhas mãos o Zahir; não sou o que então eu era, mas ainda me é dado recordar, e talvez contar, o ocorrido. Se bem que, parcialmente, ainda sou Borges.<br /><br /></span>(O Zahir, em <span style="font-style: italic;">O Aleph</span>, de Jorge Luis Borges. São Paulo: Cia das Letras, 2008. Tradução de Davi Arrigucci Jr.)<span style="font-style: italic;"><br /></span></div></div></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-2657870757121313832010-08-01T13:25:00.009-03:002010-08-01T21:17:34.290-03:00Sintonia<div style="text-align: justify;">Sintonia é algo muito importante. Entre pessoas, no meio familiar, no meio profissional. Ideias, empreendimentos... para tudo dar certo, devem estar em perfeita sintonia.<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">E não é em vão que falo desta boa ferramenta que faz com que tantos não pereçam à míngua, tudo por causa de uma rele e fina sintonia.<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">Qual não é a surpresa quando se assiste a um filme de Robert Aldrich e observa Joan Crawford e Bette Davis numa plena, controversa e ilibada sintonia. É de matar. Ou de morrer. Um filme que faz-nos ganir de raiva, ou rir de ódio com a risada macabra de Jane Hudson ao servir uma "iguaria" a Blanche Hudson, sua irmã.<br /><br />Robert Aldrich sabe que é importante a sintonia, por isso escala Crawford para ser a desavisada e vítima irmã de Davis. Tudo absolutamente perfeito: sintônico!<br /><br /><span style="font-style: italic;">O que terá acontecido a Baby Jane?</span> é maluco, soberbo, indigesto, frio... e exuberante!<br /><br />Tudo por causa da sintonia que nos é mostrada desde o início, e nos é vivificada no fim.<br /><br />Que Deus salve os clichês, mas o filme é um esplendor, vil e tem uma sintonia...<br /><br />Quem não o assistir não saberá por que e por qual razão fala-se tanto de sintonia ao ver Crawford e Davis lado a lado.<br /><br /></div><object width="480" height="385"><embed src="http://www.youtube.com/v/x2fNdYR4IgA&hl=pt_BR&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-21484939980655262812010-07-12T23:35:00.004-03:002010-07-13T00:47:29.711-03:00A vitória<div style="text-align: justify;">A Espanha fez um bom mundial e merecidamente levou a Copa. Simples. Não é a máquina de futebol que todos agora dizem que é. Como é a campeã, virou moda dizer que a Espanha é a máxima expressão do futebol. Menos.<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">A "Fúria" é a melhor seleção de futebol dos últimos três anos, e isso é incontestável. Jogou menos do que podia na Copa, mas o suficiente para conquistá-la. É um selecionado competitivo, ofensivo, de bom toque de bola. E só. Os ibéricos não reinventaram o futebol, mas espelharam-se no que de melhor já foi produzido nele: a Hungria, de 1954; o Brasil, de 1970; a Holanda, de 1974... Mas ainda está bem longe destes esquadrões.<br /><br />O bom de a Espanha ter vencido é que retoma-se com a sua vitória algo que ficou exemplarmente nítido principalmente a partir de 1954, com a Hungria do inominável Puskás. O futebol ofensivo e bonito pode ser vitorioso, ainda que a Hungria não tenha vencido aquela Copa. Pela tristeza do Brasil e pela alegria do futebol, o Brasil não venceu. Ainda bem.<br /><br />Mediocridades a parte, a Espanha teve o equilíbrio necessário para tornar-se a legítima campeã, pelo <span style="font-style: italic;">fair play</span>, pelo futebol. Quem gosta de futebol, já se cansou do jogo "de contra-ataque", dos volantes brucutus, das estratégias monocórdicas de se chegar ao gol: em vez de jogar no erro do adversário, desenhar os caminhos do acerto.<br /><br />A vitória ou a derrota são os resultados do esporte. Ainda que se jogue lindamente e limpamente, a vitória poderá não vir. Vencer é ótimo, mas a proposta de como buscar os louros vale até mais do que a própria vitória. E as propostas corajosas ficam para a eternidade. A seleção de 82 ainda é mais lembrada que a de 94, ainda que a segunda seja a campeã; a maratonista Gabriela Andersen-Scheiss é mais lembrada que a vencedora, Joan Benoit, da maratona das Olimpíadas de Los Angeles, em 1984.<span style="font-weight: bold;"></span><br /><br />Corajosos, vitoriosos ou não, serão sempre dignos de mérito.<br /><br /></div><br /><div style="text-align: center;">***<br /></div><br />Mesmo sem nunca ter vencido uma Copa, as intenções dele o tornaram um dos maiores: Ferénc Puskás.<br /><br /><object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/qU7LzHoCspU&hl=pt_BR&fs=1?rel=0"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/qU7LzHoCspU&hl=pt_BR&fs=1?rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-67156863283600379442010-06-18T23:41:00.009-03:002010-08-01T13:24:57.105-03:00Um planeta tão pequeno<div style="text-align: justify;">Certas vezes uma professora acadêmica uruguaia, em algumas de nossas conversas, fazia questão de "linchar" o seu compatriota Mario Benedetti, escritor que admiro muito. Benedetti faleceu em 2009. Mas antes mesmo de partir, romances e contos do uruguaio me fizeram rir e, por ventura, me fizeram verter lágrima, mesmo em dia feliz. Eu fazia questão de deixar claro para a professora que eu gostava do Benedetti, mas ela ressaltava que o escritor, em Montevidéu e em todo o Uruguai, era visto como um daqueles meros figurantes da cena literária uruguaia, vá lá da América Latina. Para mim isso nunca foi importante. Benedetti é grande, tal como Onetti, outro grande escritor na literatura uruguaia.<br /><br />Ressaltava os dotes de Juan Carlos Onetti, escritor que Copacabana e eu conhecemos muito bem. E eu comigo: por que para ela Onetti sim e Benedetti não?<br /><br />Dois fabulosos, dois grandes, únicos.<br /><br />Pois é. Por que eu digo tudo isso? Não é por Onetti, nem por Benedetti. É por outro. É por Saramago. Na verdade, este texto não sairia agora, ou talvez nunca. Pois não quero fazer aqui algo que já ocorre mundo afora, falar de alguém só porque esse alguém morreu. Mas Saramago não é alguém. É que a morte de Saramago me lembra um pouco a morte de Benedetti. É lógico que Saramago, por ser um escritor agraciado com um Nobel e ser um escritor de nossa língua portuguesa tenha sua morte mais repercurtida nos jornais. Não é pelo Nobel, mas porque Saramago era quem era.<br /><br />Em maio de 2009, com a morte de Benedetti, Saramago disse:<br /><br /><span style="font-style: italic;">O planeta se tornou pequeno para abrigar a emoção das pessoas.</span><br /><br />A poesia de Benedetti é um alento em dias difíceis, como a prosa de Saramago é um contínuo redescobrimento de uma língua e do jeito de pensar essa língua.<br /><br />Os reacionários normalmente têm aversão às letras de Benedetti e Saramago, será porque os dois eram de convicções políticas de esquerda? O segundo mais radical que o primeiro. Mas as convicções políticas agora não são importantes. Importa saber que temos um material riquíssimo quando temos o livro de um ou de outro em mãos. É uma ferramenta e tanto para ajudar a fazer com o que o mundo possa abarcar melhor as emoções.<br /><br />Lendo ambos, apreendi a consciência de sermos contistuídos de uma matéria infinitamente finita, tal constatação de Saramago me acorda de um sono difícil. Mas as palavras leves de Benedetti em meio a tormentas fazem com que a minha cabeça retorne ao repouso.<br /><br />É mesmo: mais do que nunca, o mundo tornou-se ainda mais pequeno. Incontestável.<br /><br />Benedetti era gigante e Saramago assim também achava. Quem sou eu para discordar do português? Fico com os dois.<br /></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-47713468214543267102010-06-06T11:20:00.004-03:002010-06-06T12:41:39.079-03:00Os finais<div style="text-align: justify;">O final de um filme é como o recomeço da vida. Nos desligamos da tela e voltamos a prestar atenção nas luzes, nas pessoas, no amigo, no amor que está ao lado. Alguém que dividiu uma alienação para uma outra vida que se passava na tela; uma vida em que as coisas são mais fáceis ou mais difíceis - conforme os roteiros e personagens - que a nossa.<br /><br />Para que saiamos da sala de cinema com um ar de satisfação, com um sentimento de que aquela hora, uma hora e meia, duas horas, três que sejam, é preciso que o fim do filme seja bom, não necessariamente feliz, mas bom no sentido de "bem realizado", de "emblemático".<br /><br />Há finais felizes que são uma tragédia, há finais tristes que são soberbos. O final de um filme tem que funcionar tal como uma aula para o que chamamos de vida real. Se aprendemos ou desaprendemos com esta arte é relativo, mas dali pode incorrer sonhos, desatinos, tristezas, alegrias, humores, amores, fome, cansaço e um rol quase infinito de sensações e sentimentos. Seja qual for o que lhe cause, a cena final de um filme deve despertar pensamentos ricos, saudáveis, inteligentes. É lógico que não só o fim do filme, mas todo ele deve ser assim.<br /><br />É importante não confundir bons finais com finais complexos, porque alguns acreditam que um bom final de filme são aqueles em que o roteirista e o diretor trabalham para que o final seja quase como uma "teoria inversa às leis surrealistas sob a ótica romântica da relatividade". Esqueçam essa teoria que eu acabei de inventar, um final é sublime quando calcado na simplicidade, não quando "simplista"; quando faz-nos refletir sobre a mensagem, não quando pretende relativizar sobre o mundo e sobre todas as coisas que há nele.<br /><br />É difícil falar e lembrar de finais de filmes marcantes. Foram tantos desde a infância, mas eu posso dizer que há alguns que me marcaram, como o de "Rainha Cristina", com Greta Garbo; o de "Paisá", de Rossellini; de "Os Incompreendidos", de Truffaut; o de "Nove Rainhas", de Fabián Belinsky; de "A Malvada", com Bette Davis; "Noites de Cabíria", do Fellini, enfim, tantos outros, que não vou conseguir lembrar de todos agora.<br /><br />Mas há um final que é extremamente marcante para mim, como o de tantos outros, mas de uma maneira estranha, peculiar, única. Neste final não há diálogos, há um gesto (que eu não vou falar qual é) de extrema força, ainda que simples. O filme é "A Aventura", de Antonioni. O filme em si já é perturbador, um filme "anticlímax", por esta razão o clímax do filme será esperado pelo espectador até o fim, o "grand finale". Quem já assistiu ao filme, sabe do que estou falando, e quem não assistiu entenderá quando assisti-lo.<br /><br />O filme de Antonioni é só um exemplo entre tantos que eu poderia utilizar; a força de "A Aventura" é muito mais do que poderia supor quando o vi pela primeira vez, por esta razão utilizo-o como exemplo. Mas finais de filmes podem ser marcantes, podem ser chatos, pois são tantos os filmes que lembramos por ter sido bons, mas com finais chatos, e dos tão ruins com os seus finais tão bons (isso quando há paciência de se esperar o fim de um filme ruim). Em mais de um século, já se fez tanto no cinema; tantos créditos, atores, personagens, vidas, espectadores marcaram ou foram marcados, com os filmes de seus intangíveis finais. É muito coisa para um texto pequeno num blog perdido no Cone Sul.<br /><br />Algo parecido acontece com os romances; no entanto não concluimos a leitura de um romance em 90 minutos. Por esta razão, por questões de tempo e paciência, é muito mais fácil terminamos um filme ruim, do que um livro ruim.<br /><br />Bem, independentemente do final desse ou daquele filme, o legal é que, de alguma maneira, os destinos de personagens, a conclusão dramática, o diálogo final de um filme, de uma peça, de um livro, sejam sempre enriquecedores, no que se refere à vida que levamos fora da representação: a vida de obrigações, de problemas, das contas a vencer etc. Se o final de um filme não é feliz, não é o mais importante; importa sim que o final de um filme seja um pequenino recomeço, ainda que em um milésimo de nossa constituição, para a vida que retornamos quando são acesas as luzes do cinema.<br /><br />A vida segue e outras nos esperam nas próximas sessões.<br /></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-61111863591574855802010-06-05T11:32:00.007-03:002010-06-06T11:07:27.203-03:001970<div style="text-align: justify;">Eu viria em uma encomenda 9 anos depois, embalado pela Lei 6.683, a da Anistia, promulgada 11 dias antes de eu nascer. A ditadura perdia forças, mas ainda ecoava em todos os setores da sociedade brasileira. E quando se fala em ditadura, não há como ignorar o ato mais repressor desse período - o AI-5, que cerceou todo e qualquer resquício que ainda houvesse de liberdade e de direito de opinião. O Ato Institucional n° 5 foi decretado 11 anos antes da encomenda de meus pais que viria a ser eu; e um ano antes daquilo que costumamos hoje qualificar (e ganha força em época de Copa do Mundo) como o mais representativo "futebol arte": o escrete canarinho que viria a encantar o planeta com "manobras" realizadas com os pés.<br /><br />Pois é, e quando se fala daquela seleção brasileira de futebol, é impossível indissociá-la dos tempos sombrios por que o país passava, vivia. Mas para os ultrajantes governantes deste continente "Brasil", a esquadra futebolística brasileira era a sua melhor propaganda, o seu maior símbolo - o de um Brasil vitorioso, progressista, combativo, guerreiro, forte e bonito.<br /><br />Sabe-se que o povo brasileiro, a começar pelos nossos ancestrais colonizados pelos europeus, é tudo isso e mais um pouco, mas a propaganda - meio de comunicação aprimorado pelos nazistas, era agora uma arma ou uma aliada para usá-la junto à massa pelos governos populistas, para justificar tamanha reprimenda e limitação, e assim no Chile de Pinochet; no Paraguai de Stroessner; na Argentina de Videla; na Cuba de Batista; no Uruguai de Bordaberry; e no Brasil de Médici, apenas para ficar nas Américas.<br /><br />Política e tirania à parte, quando nos deparamos com as pessoas, grupos, que faziam da arte e do esporte algo muito maior que não se restringe aos seus respectivos campos artísticos e esportivos, observamos que o <span style="font-style: italic;">panis et circenses</span> infringe a sua própria razão e existência, desde a Antiga Roma.<br /><br />Muitos indivíduos tiveram sua individualidade e vida corrompidos, num tempo em que era comum ouvir Beatles no rádio, ou no <span style="font-style: italic;">long play</span>, porque eles não eram a história que fizeram, eles eram a história que faziam. Elvis, Warhol, Hitchcock, Morrisson, Kerouac, Pelé, Bardot; Woodstock, Nouvelle Vague e tantos outros marcos que compunham aquela era, que poderia ser a minha, mas os meus pais eram ainda muito jovens e não se conheciam.<br /><br />Personalidades e fatos que hoje estão nas milhões de memórias que os presenciaram, e no v<span style="font-style: italic;">ideo tape</span>. Mas o <span style="font-style: italic;">video tape</span> só reproduz as imagens, enquanto as pessoas ensinam o quão foi bom viver aquilo.<br /><br />Tudo grande, majestoso, como se todos, apesar das limitações impostas pelos generais, entendiam cada segundo como a grandeza suficiente para uma coisa maior - "a celebração" -, como se um breve momento, rápido e fustigado que fosse, já brindaria à vida, que não se sabia até onde poderia durar. Ou até onde poderia haver encanto, e por isso encantaram.<br /><br />Até os dias de hoje, nada disso pereceu.<br /><br /><br />Não é preciso gostar de futebol para gostar de ver "o jogo".<br /><object width="640" height="505"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/vSuxkQuAsk8&hl=pt_BR&fs=1&rel=0"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/vSuxkQuAsk8&hl=pt_BR&fs=1&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="505"></embed></object></div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-73241738587114039642010-05-15T18:17:00.004-03:002010-05-15T18:35:47.053-03:00Tarde de MaioMe pergunto sobre tudo, sobre o mundo, sobre as coisas e pessoas que me cercam. Há algo de não finito e de tão bom em tudo, que não me faz ter a ideia de que sou perecível. Tenho um prazo de validade. Vou até um instante. Depois, haverá outros instantes que não serão válidos para mim; que já não serão demais para mim. Eu serei uma memória, ou duas memórias, ou infinitas memórias - todas alimentadas com o instante que estive aqui neste plano sublime, ordinário e maravilhoso.<br /><br />Se tudo é então finitude, que eu me acabe de uma vez, transformando-me em coisas de bem, como em palavra ou em espelho de uma canção.<br /><br />E como nada é tão estupendo que possa viver para sempre, é tão inalcançável como beijar a própria nuca, entendo que eu sou mais um que lê, e relativiza leituras, de contos, novelas e poesias. Em um minuto para sempre, nesta tarde de maio.<br /><br />Marcelo<br /><br /><div style="text-align: center;">***<br /></div><span style="font-weight: bold;"><br /><br />Tarde de maio</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Como esses primitivos que carregam por toda parte o maxilar inferior de seus mortos</span><br /><span style="font-style: italic;">assim te levo comigo, tarde de maio,</span><br /><span style="font-style: italic;">quando, ao rubor dos incêndios que consumiam a terra,</span><br /><span style="font-style: italic;">outra chama, não perceptível, e tão mais devastadora,</span><br /><span style="font-style: italic;">surdamente lavrava sob meus traços cômicos,</span><br /><span style="font-style: italic;">e uma a uma, disjecta membra, deixava ainda palpitantes</span><br /><span style="font-style: italic;">e condenadas, no solo ardente, porções de minh´alma</span><br /><span style="font-style: italic;">nunca antes nem nunca mais aferidas em sua nobreza</span><br /><span style="font-style: italic;">sem fruto.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Mas os primitivos imploram à relíquia saúde e chuva,</span><br /><span style="font-style: italic;">colheita, fim do inimigo, não sei que portentos.</span><br /><span style="font-style: italic;">Eu nada peço a ti, tarde de maio,</span><br /><span style="font-style: italic;">senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível,</span><br /><span style="font-style: italic;">sinal de derrota que se vai consumindo a ponto de</span><br /><span style="font-style: italic;">converter-se em sinal de beleza no rosto de alguém</span><br /><span style="font-style: italic;">que, precisamente, volve o rosto, e passa...</span><br /><span style="font-style: italic;">Outono é a estação em que ocorrem tais crises,</span><br /><span style="font-style: italic;">e em maio, tantas vezes, morremos.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Para renascer, eu sei, numa fictícia primavera,</span><br /><span style="font-style: italic;">já então espectrais sob o aveludado da casca,</span><br /><span style="font-style: italic;">trazendo na sombra a aderência de resinas fúnebres</span><br /><span style="font-style: italic;">com que nos ungiram, e nas vestes a poeira do carro</span><br /><span style="font-style: italic;">fúnebre, tarde de maio, em que desaparecemos,</span><br /><span style="font-style: italic;">sem que ninguém, o amor inclusive, pusesse reparo.</span><br /><span style="font-style: italic;">E os que o vissem não saberiam dizer: se era um préstito</span><br /><span style="font-style: italic;">lutuoso, arrastado, poeirento, ou um desfile carnavalesco.</span><br /><span style="font-style: italic;">Nunca houve testemunha.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Não há nunca testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.</span><br /><span style="font-style: italic;">Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?</span><br /><span style="font-style: italic;">Se morro de amor, todos o ignoram</span><br /><span style="font-style: italic;">e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.</span><br /><span style="font-style: italic;">O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;</span><br /><span style="font-style: italic;">não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória</span><br /><span style="font-style: italic;">das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,</span><br /><span style="font-style: italic;">perdida no ar, por que melhor se conserve,</span><br /><span style="font-style: italic;">uma particular tristeza, a imprimir seu selo nas nuvens.</span><br /><br />Carlos Drummond de Andrade<br /><br />("Tarde de Maio" encontra-se na segunda parte (Notícias Amorosas) de <span style="font-style: italic;">Claro Enigma</span>, de 1951)Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6116108375882630426.post-963369741479602462010-05-13T18:39:00.004-03:002010-05-13T18:52:43.418-03:00Arranjos de Ismael<div align="justify">Uma noite que se estendeu além das horas que cabiam ao sono, que o corpo de Ismael devia à sua mente. Sábado de Aleluia, ou Sábado Santo, precisa se aprontar para a Ressurreição, não à Insurgência dos que não têm fé. Ele tem fé. Tem a tarefa de desarmar um pelotão e outros homens que não acreditam nele e no que pode e no que já elaborou, já fez. <blockquote></blockquote>Alguma incoerência, meus senhores? Eu não sei. E não partilho nada demais de Ismael porque temo, desconfio, não sei o que pode me acontecer se cada vez mais externar as coisas, os casos, os acontecimentos, e a ausência de tantas outras que compõem este indivíduo. <blockquote></blockquote>Mas é Sábado Santo, ensaio minha Vigília Pascal, que não é senão a de mim mesmo. <blockquote></blockquote>Ismael em prece:<em> O Senhor está no meio de nós! <blockquote></blockquote></em>E o seu Senhor é o avante não mais forte do que o seu coração, guiamento da voz seca encrostada na garganta, que pede uma amizade, uma bondade e o entendimento do amor.</div>Marcelo Maiahttp://www.blogger.com/profile/01025252913903603433noreply@blogger.com0